
Além das utilizações clássicas do gás em rede (habitações, industria e serviços), são possíveis novas aplicações. Destaca-se a utilização do Gás Natural (GN) como Gás Natural Veícular (GNV), de um modo geral, nos Transportes.
Não é preciso que a poluição atinja níveis dramáticos, como já acontece em algumas cidades da Europa, para começar a tomar providências. Mais vale prevenir logo no início, o desenvolvimento de situações prejudiciais para a higiene e a saúde públicas
O GNV como combustível automóvel tem inúmeras vantagens (ambientais e económicas), visando minorar os problemas ambientais decorrentes das emissões atmosféricas, com concentrações de dióxido de azoto (NO2) acima dos valores permitidos. Não liberta óxidos de enxofre e reduz as emissões de monóxido de carbono em cerca de 25%. Além disso, os gases emitidos são inodoros, devido a uma ausência quase total de partículas e de hidrocarbonetos pesados, bem como, a redução do ruído é cerca de quatro vezes inferior ao nível sonoro dos veículos movidos a outro combustível.
Em termos gerais, a utilização do GNV apresenta ainda outros benefícios: será mais barato que os combustíveis clássicos (gasolina e gasóleo); em termos de segurança, décadas de experiência e milhões de quilómetros percorridos, mostram que o GNV é um combustível seguro; quanto à conservação dos motores o GNV tem custos de manutenção mais baixos que prolongam a vida do motor, permite intervalos de 16 a 24 mil quilómetros entre trocas de óleo, 64 mil quilómetros entre afinações e 120 mil quilómetros entre troca de velas.
Verifica-se que nos países onde foram atingidos níveis de poluição atmosféricas (NO2) alarmantes, foram adoptadas políticas na promoção da utilização de combustíveis limpos (GNV e GPL).
Em Portugal, com a publicação do Decreto-Lei nº 195/91 de 25 de Maio e legislação complementar, foram criadas condições para a transformação de veículos a gasolina em veículos Bi-fuel (gasolina e GPL), estas transformações, naturalmente, deverão ser efectuadas de acordo com os requisitos legais em vigor. No entanto, quanto ao uso do GNV, não obstante ter sido publicada legislação específica sobre a instalação de postos de abastecimento de GN, ainda não há qualquer legislação publicada, sobre preços de venda ao público do GN nos postos de abastecimento de viaturas, assim como a adaptação a GNV de viaturas, como ocorre com o GPL (gás propano).
A AMAGÁS – Associação de Municípios (Amadora, Cadaval, Cascais, Loures, Mafra, Odivelas, Oeiras, Sintra, Torres Vedras e Vila Franca de Xira), tem como objectivos estatutários o estudo, promoção e distribuição do Gás Natural na sua área.
A área dos municípios abrangidos por este projecto constitui, certamente, a região mais desenvolvida do país, a mais populosa, a de maior densidade demográfica e urbanística, a que tem maior rendimento per capita e aquela onde se concentra o maior poder de compra. Em contrapartida é, também, a zona do país onde existem os maiores índices de poluição atmosférica, os maiores problemas de tráfego e os maiores congestionamentos. Este conjunto de problemas coloca desafios sérios aos respectivos municípios, para os quais, o gás natural poderá dar um forte contributo para a sua resolução.
Verifica-se que só nos dez municípios que neste momento constituem a AMAGÁS foram vendidas 260.000 toneladas de gasóleo e 210.000 toneladas de gasolina durante o ano de 1993. Se forem feitas as contas relativas à poluição atmosférica resultante da combustão destas 470 mil toneladas de combustíveis, certamente que obteremos resultados alarmantes.
Assim, a AMAGÁS pretende intervir para alterar progressivamente a situação, pois sendo uma entidade constituída pelos municípios da região – poderá contar com as frotas de veículos ligeiros e pesados já existentes nas respectivas Câmaras Municipais e Serviços Municipalizados, frotas estas que atingem alguns milhares de veículos.
A actuação indirecta encarada pela AMAGÁS tem duas vertentes: Uma é dar um exemplo concreto e no terreno, de que o GNV é uma alternativa viável, limpa e económica, levando outras entidades a seguir o exemplo, tais como empresas de transportes urbanos, táxis, empresas públicas e até muitos particulares, proprietários de veículos leves (com veículos Bi-fuel). A outra vertente é proporcionar a todos os interessados meios concretos de abastecimento ou seja, viabilizando a instalação de postos públicos de abastecimento de GNV.
Pretendemos, desta forma, dar o pontapé de saída na utilização do GNV e ser um parceiro estratégico neste projecto, que, de acordo com o que foi manifestado a esta Associação, pela Direcção Geral de Energia, “merece todo o interesse destes serviços e que poderá contribuir para uma melhor gestão energética do sistema de transportes das autarquias e trazer vantagens ambientais”.
Esta é, em linhas gerais, a perspectiva da AMAGÁS. É evidente que ainda há numerosíssimas questões a serem resolvidas. Trata-se sobretudo de questões de natureza económica, financeira, jurídica e administrativa – além, naturalmente, das questões tecnológicas.
A AMAGÁS espera aproveitar o manancial de experiências já existentes noutros países e, por essa razão, associou-se à European Natural Gas Vehicle Association (ENGVA).
Este é o desafio que nos propomos enfrentar. Está a AMAGÁS disponível para apoiar e colaborar com todas as entidades Públicas ou Privadas que solicitem o nosso apoio na concretização deste importante projecto económico e ambiental que é o GNV.
1/1/2004
Acções promovidas pela AMAGÁS para o GNV (pdf 76kb)
Relatório da Exergia/Amagás sobre o GNV (pdf 3.07mb)
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